OMT: “Existem diferenças no turismo entre intenções e acções a favor do clima”

OMT: “Existem diferenças no turismo entre intenções e acções a favor do clima”

No seu discurso na cimeira do clima ONU COP26, que decorre em Glasgow na Escócia, o Secretário-Geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Zurab Pololikashvili afirmou: "Sabemos que o sector tem boas intenções e mostra-se colaborante no combate às alterações climáticas, o Turismo quer viagens mais sustentáveis. Todavia, as boas intenções não são só por si suficientes. Zurab Pololikashvili, pediu que o sector seja mais interventivo, e hoje, no decurso desta cimeira, irá apresentar a Declaração de Glasgow sobre Acção Climática no Turismo. Destacou ainda que um estudo efectuado pela OMT confirma “que existe uma grande diferença entre as intenções e as acções implementadas pelas organizações do sector para enfrentar a emergência climática. Alertou para o facto que as mudanças climáticas “irão afectar o ecossistema do Turismo, desde os negócios aos viajantes, destinos e governos”. O Secretário Geral da OMT lançou duas soluções a este respeito: "compromissos e responsabilidades reais". Nesse sentido, destacou que cerca de 310 parceiros já aderiram à Declaração de Glasgow sobre a acção climática no Turismo. “Em termos de compromisso, a diferença é muito grande”, afirmou, referindo-se mais uma vez ao estudo da OMT, segundo o qual apenas um em cada quatro representantes do sector já tem uma acção climática implementada.

A este respeito, lembrou que os signatários da declaração comprometeram-se a lançar cinco princípios comuns para alinhar a acção climática em todo o sector do Turismo: medir, descarbonizar, regenerar, colaborar e financiar. (Veja a Declaração de Glasgow: Compromissos do Turismo contra as Mudanças Climáticas aqui).

O Secretário-Geral da OMT voltou a alertar o mundo em geral, e o sector do Turismo em particular sobre as alterações climáticas, apelidando-o "o maior desafio do nosso tempo". “É uma ameaça global para as pessoas, para o planeta e para a prosperidade e um desafio para o Turismo”, frisou. Nesse sentido, lembrou que o Turismo começa a recuperar da crise da COVID-19, por isso a OMT confia que o sector recuperará os números pré-pandémicos em 2024 "o mais tardar", o que fará com que as emissões de carbono voltem a acentuar-se.

“Se não agirmos agora, as emissões provocadas pelo turismo podem aumentar 25% até 2030. Isso dificultará o alinhamento do Turismo com os objectivos globais de luta contra as mudanças climáticas. A janela de oportunidade para repensar e reformar o nosso sector está a fechar-se", alertou. Pediu a criação de um modelo de investimento para acelerar a mudança no sector através de uma colaboração activa público-privada.

Evite o pior

Por sua vez, Ovais Sarmad, secretário executivo adjunto da ONU para Mudanças Climáticas (UNFCCC), fez um alerta: "Temos menos de dez anos para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas", esta deve ser a década para finalmente se agir, para salvaguardar o planeta não só para as gerações futuras, mas também para a sobrevivência dos negócios.

"Os negócios não podem ter sucesso numa sociedade que falha, e estamos perigosamente perto de falhar como comunidade global. Temos que agir juntos agora", argumentou.

Destacou ainda que aderir à Declaração de Glasgow é apenas o primeiro passo para assumir esse compromisso com o meio ambiente. “O verdadeiro trabalho vem depois. A acção climática é o futuro, também para o nosso sector”, afirmou.

05 Novembro 2021